domingo, 14 de agosto de 2011

Retratos Moldados


O meu olhar diante dos atores do Pinel...

Sobre a atriz Nayara Brito, há este texto lindo de Caio F. Abreu que a descreve perfeitamente:
Ela é uma moça de poses delicadas, sorrisos discretos e olhar misterioso. Ela tem cara de menina mimada, um quê de esquisitice, uma sensibilidade de flor, um jeito encantado de ser, um toque de intuição e um tom de doçura. Ela reflete lilás, um brilho de estrela, uma inquietude, uma solidão de artista e um ar sensato de cientista. Ela é intensa e tem mania de sentir por completo, de amar por completo e de ser por completo. Dentro dela tem um coração bobo, que é sempre capaz de amar e de acreditar outra vez. Ela tem aquele gosto doce de menina romântica e aquele gosto ácido de mulher moderna.
Um texto da escritora Lisiê Silva fala muito bem da atriz Regina Albuquerque. Seu texto diz, à respeito da mulher madura:
Até os 40 anos, a mulher tem o direito de ensaiar a sua presença no espetáculo da vida, após os 40 as cortinas se abrem e ela está pronta para começar a atuar como estrela principal. Principalmente para ela mesma, pois  já cumpriu as obrigações e os deveres que lhe foram atribuídos pela sociedade e familiares.
A mulher madura possui uma inteligência reveladora, um quê de mistério, um jeitinho de sedutora, uma beleza atraente, é dona de si. Ela respira juventude e transpira maturidade. Possui encantos que ela mesma não consegue disfarçar. É experiente, metade da vida já viveu, e guardou histórias pra contar.
Ela acompanhou a evolução dos últimos tempos, sabe do passado, vive o presente e aguarda o futuro. 
Ela evoluiu com o passar dos tempos, lutou pelos seus direitos, revolucionou mitos e preconceitos, derrubou barreiras que o passado construiu ao seu redor, quebrou regras e  tabus,  abriu as janelas do mundo para vislumbrar novos horizontes, conquistando o seu espaço, de igual para igual,  na vida, no trabalho e na sociedade masculina.
A mulher madura é forte, é determinada, é independente, tem jogo de cintura, procura e encontra saídas, enfrenta situações e resolve problemas, tem opinião, tem memória. Tem afeto e aprendeu a amar.

À respeito ao ator Anderson Marcos, uso um texto de um escritor desconhecido, o qual, eu creio, serve para descrevê-lo:
"Depois de plantada a semente deste incrível arbusto, não se vê nada, absolutamente nada, por um tempo - exceto o lento desabrochar de um diminuto broto, a partir do bulbo.  Durante esse tempo, todo o crescimento é subterrâneo, numa maciça e fibrosa estrutura de raiz, que se estende vertical e horizontalmente pela terra. Mas então, o bambu cresce, muito até as alturas". “Muitas coisas na vida (pessoal e profissional) são iguais ao bambu. Você trabalha, investe tempo e esforço, faz tudo o que pode para nutrir seu crescimento, e às vezes não se vê nada por semanas, meses ou mesmo anos. Mas, se tiver paciência para continuar trabalhando e nutrindo, o tempo chegará e o crescimento e a mudança que se processam o deixarão espantado. O bambu mostra que não podemos desistir fácil das coisas... Em nossos trabalhos, especialmente projetos que envolvem mudanças de comportamento, cultura e sensibilização para ações novas, devemos nos lembrar do bambu que apesar de toda a sua altura, ele é capaz de curvar-se até o chão diante de um vendaval. No entanto, tão logo cesse o vento, ele se reergue e volta a ser majestoso como sempre. Devemos lembrar sempre do bambú para não desistirmos fácil frente às dificuldades que surgem e que são muitas".

Ao falar do ator Chico Oliveira, me vem à memória um belo trecho da obra da minha querida Clarice Lispector que diz:
...Há impossibilidade de ser além do que se é, no entanto eu me ultrapasso mesmo sem o delírio, sou mais do que eu, quase normalmente tenho um corpo e tudo que eu fizer é continuação de meu começo...
A única verdade é que vivo. Sinceramente, eu vivo.
Quem sou? Bem, isso já é demais...
Mas, pra mim, Chico Oliveira tem uma figura imponente, que se destaca. Ele parece com uma árvore frondosa que, de tão alta, dá pra acompanhar seu crescimento. O jequitibá é um belo exemplo do que compararei com ele, o nome jequitibá em tupi-guarani significa gigante da floresta, o que é compreensível, pois, quando é adulta, esta árvore se destaca das demais. Assim ele o faz, sua postura, sua voz mansa, seu jeito de mostrar sua figura, são todos predicados dos dois, da árvore e de Chico Oliveira.

Alyson Jesuíno

Um comentário:

  1. Ar-ra-sou, Alyson. Lindíssimo. Adorei. Quanto às partes que me tocas (rs), concordo em gênero, número e grau.

    =***
    NB

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