domingo, 31 de julho de 2011

À guisa de uma introdução tardia

Impulsionados por uma vontade em comum de criar, alguns amigos se encontraram a setembro do ano de 2010 e, reclamando juntos suas queixas, decidem reunir um grupo disposto a pensar novas possibilidades de criação teatral. Mas não bastavam personagens talentosos. Buscavam pessoas que pudessem compartilhar dessa mesma insatisfação, que parecia ser geral e, de pensamento semelhante, prometessem levar adiante as ideias surgidas entre um café e outro.
Dos nove integrantes iniciais, hoje somos seis. Seis loucos que, com apenas meses de existência, deram a cara à tapa em três cenas-ensaio, mostrando o processo, pedaços do que será nosso primeiro espetáculo. A primeira cena, "Como se fosse...", foi apresentada no dia 31 de março deste ano no Sesc-Centro de Campina Grande. A dramaturgia construída por Diógenes Maciel durante os encontros, a partir de improvisos nossos, tem como referência o conto Cícera Candóia, do livro Faca¹, de Ronaldo Correia de Brito. A segunda cena, "[im]possível", possui trechos de poemas de Fernando Pessoa, textos dos prórprios atores (Anderson Marcos, Chico Oliveira, Regina Albuquerque e Nara Belmonte, que é como assino como atriz), coisa que já havia acontecido, de forma mais sutil, no "Como se fosse..." e um texto criado por Diógenes sobre "uma diva", no caso, a nossa grande diva e amiga: Regina Albuquerque. Esta cena apresentamos no dia 27 de maio numa sala de ensaios do Teatro Municipal Severino Cabral. A última, "... ficar aqui", foi apresentada dia 15 passado, no Centro de Arte e Cultura da UEPB, onde ensaiamos desde o primeiro encontro. "... ficar aqui" é a cena que mais possui textos nossos, intercalados, ainda, com trechos de Um bonde chamado desejo² e com o mito da donzela guerreira.
Há uma ligação temática entre as três cenas/textos e referências de cada uma nas outras duas. Tratam da nessecidade de partir e da vontade de ficar ou de seu contrário.
A música também é um elemento muito presente, tanto como fundo, quanto como diálogo. Na primeira e na terceira cena eu canto uma cantiga de roda antiga (eu morava n'areia, Sereia/Me mudei para o sertão, Sereia/Aprendi a namorar...) e no "[im]possível", canto e toco Mamãe Coragem, de Caetano Veloso e Torquato Neto. Suas letras, como disse, dialogam com a cenas e com as demais falas. Casta Diva, de Bellini, na interpretação de Maria Callas, aparece nas três cenas, e marca a entrada da diva.
...
Bom, vamos agora, no próximo dia 12 de agosto, apresentar as três cenas-ensaio seguidas no Centro Cultural Piollin, em João Pessoa. Depois disso, é misturar tudo e bater no liquidificador, como diz nosso queridíssimo diretor Duílio Cunha (tesouro!), e montar o espetáculo inteiro.

Mais teria a dizer, mas no momento não consigo, ou não posso, ou não sei.
Apenas acompanhem nossas postagens...

por Nayara Brito.

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