sexta-feira, 25 de maio de 2012

“COMO SE FOSSE [IM]POSSÍVEL FICAR AQUI” ENCERRA TEMPORADA EM CAMPINA GRANDE

Após as participações no VI Festival das Artes Cênicas, promovido pelo Centro Cultural Banco do Nordeste (CCBNB) nas cidades de Juazeiro do Norte-CE e Sousa-PB, e na III Semana de Teatro da UEPB/SESC Campina Grande, ocorridos no mês de março, o espetáculo "Como se fosse [im]possível ficar aqui" do Núcleo de Pesquisa e Experimentação Teatral -PINEL, retomou suas atividades, promovendo uma temporada que tem seu encerramento nesse final de semana em Campina Grande.
Com essas apresentações, o grupo travou o desafio de manter o espetáculo em uma temporada mensal na cidade que, mesmo com uma crescente criação de grupos e de sua produção cênica, tem geralmente um número reduzido de récitas ou, ainda, a recorrência a um tipo de experiência teatral, muito mais próxima do modelo seriado das comédias de situação televisivas, que trazem roteiros novos a cada contato com público. A outra novidade é a ocupação de um novo espaço cênico, alternativo ao palco italiano, com a cessão da sala de dança do Teatro Municipal Severino Cabral, limitado a cerca de vinte pessoas por sessão. Este espaço, assim, determina uma série de adaptações à cena e dita uma nova relação seja com o espetáculo, seja com os atores, dada a proximidade com a plateia, que se coloca extremamente junto à área cênica.
Discute-se e propõe-se um diálogo com o público a partir de uma reflexão sobre partidas e retornos, sobre desejos de transformação, de mutação, através de relatos de vida dos próprios atores e do recorte – que forma uma espécie de mosaico de citações – de um sem número de textos da literatura universal, todos em torno deste grande tema, partindo da tradição grega e chegando até a poesia moderna de Fernando Pessoa, e reencontrando a tradição moderna em menções a Tchekhov e a Tennessee Williams, entre tantos outros. Costurando tudo isso, um conto de Ronaldo Correia de Brito, que funciona como uma espécie de caixa de ressonância de tudo o que se conta, com vistas a compartilhar uma experiência só completa a partir do olhar do público. 
O Núcleo está feliz com a boa recepção desta temporada, de certa forma ousada para a dinâmica da cidade. No total, foram quatro finais de semana, todas as sextas e sábados, às 20h. O valor do ingresso quem decide é o próprio público ao final do espetáculo, quando, individualmente, depositam a quantia que acha justa num envelope entregue no início da apresentação. Próximos à reta final, o público ainda promete comparecer nesse, que vai ser o último final de semana de apresentações.

Ficha técnica: 
Direção e cenografia: Duílio Cunha.
Dramaturgismo e concepção de figurino: Diógenes Maciel.
Elenco: Anderson Marcos; Chico Oliveira; Nayara Brito; Regina Albuquerque.
Iluminação: Napoleão Gutemberg.
Fotos: Mayara Silveira e Clarissa Santos.

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